quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Contentamento

 (Foto by EnriqueRMG)


A sociedade moderna coloca um peso muito grande no “ser feliz”, “estar tudo bem”, ter, ganhar, comprar, comprar e comprar...
A mídia  mostra-nos incessantemente objetos que não precisamos, mas se não temos estamos fora do contexto.

 
Isso é muito cansativo... Outro dia ouvi uma reflexão muito interessante sobre o “tudo bem? “ aquela nossa expressão cultural de dizer oi sem muito compromisso. E no fim tudo, tudo mesmo... realmente é muita coisa pra estar bem. 

 
O engraçado é que nuca havia parado pra pensar nisso, essa expressão traz um peso muito grande, uma cobrança subliminar, dando a impressão de que realmente é possível estar tudo bem, e se com a gente não está, temos um problema.

 
Não tive nenhum momento em minha vida onde estivesse tudo bem, não falo isso com melancolia, ou depressivamente. Simplesmente é assim,  uma área da sua vida está totalmente resolvida , uma outra começa despencar.
Antes da mensagem do Claudio Manhães, eu sinceramente acreditava que só acontecia comigo e que pra todo o resto do universo realmente estava tudo certo... todo o resto do universo foi exagero, mas pelo menos meu vizinho, meu colega, meu primo, o ator da novela, o pop star, sei lá... pra alguém estava tudo certo.

 
Resolvi fazer um exercício, a começar pelos mais próximos pra entender se realmente fazia sentido o que ouvi na reflexão, e verdadeiramente eu não era a única a ter sempre algum probleminha a me incomodar. Olhar a minha volta, se você nunca fez isso eu o convido a fazer. Não  se trata de torcer pelo mal alheio, mas apenas constatar que a vida é complicada pra todo mundo, e aí eu vou generalizar, todo mundo mesmo. Uns mais outros menos, mas tudo mundo tem problemas.

 
A idéia aqui não é te deprimir, fique tranquilo, muito pelo contrário. A idéia é basicamente tirar o peso, a obrigação de ser feliz a todo custo. E substituir essa perspectiva por ser contente. Contentamento, independente daquele, ou daqueles probleminhas que insistem  em aparecer. 

Vamos ignorar os problemas agora? Não... Essa não é a idéia, mas pense bem, tem alguma coisa na sua vida que vai bem, e você, eu, nós... estamos deixando de aproveitar porque ainda tem algo a ser resolvido em outra área, ai insistimos tanto em resolver , e vai que por azar conseguimos, mas aí deixamos de aproveitar o que estava bom, e gastamos tanta energia pra consertar isso que agora nem é tão legal assim mais. E surpresa, tem mais alguma coisa despencando na nossa vida. E assim segue o ciclo....
 
Precisamos parar de tentar estar bem em todas as áreas e realmente aproveitar o que no momento está bem. Estar bem a pesar do “e se...”
Isso facilita muito seguir em frente, viver cada momento, aproveitar cada fase. Mas e o resto? Bem o resto, vez ou outra irá se resolver, e se isso não acontecer você não aplicou todas as energias em deixar tudo perfeito mas sim, aproveitou os bons momentos que eram possíveis de serem desfrutados. Isso deixa-nos mais leves, sem aquela pressão social de ser feliz a qualquer custo, simplesmente aproveite o que tem nas mãos.
Seja livre pra viver intensamente o presente, com contentamento, sem tantos lamentos, aproveitando cada momento. Tenha uma vida mais leve, sem tantas cobranças, resumindo Carpe Diem!


"...Porque a vida não é certa... Nada aqui é certo. O que é
certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando,
sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo,
conseguindo...Quando a gente acha que encontrou todas as respostas, vem a
vida e muda todas as perguntas." Veríssimo

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ventos de mudanças...

(foto by BlueLily  Arlene)

Interessante como em certos momentos específicos da vida tornamo-nos mais sensíveis. Nos emocionamos ou sentimos saudades do presente, do passado, do futuro... e algumas vezes até mesmo do que não vivemos.
Sabe aqueles sonhos inacabados? Planos frustrados, que chegaram bem longe do planejado, sonhos de criança que hoje parecem tão ingênuos e pueris, mas mesmo assim ainda hoje parece que poderiam ter acontecido em algum momento da vida.
Às vezes pego-me lembrado de momentos tão intensos, mas  que na verdade nunca aconteceram, e eles trazem uma saudade imensa como uma força maior do que algo que realmente vivi.
Não sei explicar muito bem, só posso dizer que especificamente nos últimos tempos tenho vivido frequentemente momentos assim.  
Pode ser que seja uma fase um pouco mais nostálgica, um momento de repensar algumas escolhas,  questionar outras... Ou de repente esteja mesmo acontecendo uma mudança na forma de ver o mundo, a vida. Os valores de ontem talvez já não sejam os mesmos de hoje, não sei bem especificar...
Provavelmente por isso mesmo, estive todo esse tempo sem publicar nada por aqui, não sabia bem o que dizer, agora estou tentando voltar, vamos ver no que dá.
Quando eu era criança/adolescente, acreditava que em certos momentos haviam os tais ventos de mudança, um instante, uma musica ouvida meio que inesperadamente, um sinal, que era o prenuncio de alguma mudança significativa, novos rumos. Um momento mágico capaz de mudar o decurso dos próximos dias, meses, anos... De repente não mais que de repente tudo tinha um novo sentido, novo mesmo.
Sempre acreditei que existe um propósito para todas as coisas, e nesses tais momentos que descrevi acima parecia-me que algumas coisas incompreendidas passavam a fazer sentido, visto o novo rumo que as coisas tomavam.
Muita viagem... Mas o fato é que estamos o tempo todo procurando sentido pra tudo, momentos difíceis, algumas coisas que acontecem sem apresentar muita razão de ser, escolhas que levam-nos a um caminho inesperado, dúvidas de como seria se tivesse optado por outro caminho em um determinado momento.
Tudo isso, acredito eu, seja a dança da vida moderna, a vida ficou muito dinâmica de repente e agora à velocidade da luz, em um piscar de olhos tudo que estava certo desmorona, da mesma forma que tudo que estava em cacos faz sentido, e te norteia a um novo começo...



"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa


sábado, 19 de março de 2011

Labirintos da vida....


(Photos taken by (C)mkyg)
 
A vida é interessante... cheia de momentos que muitas vezes temos dificuldades em viver ou aceitar, acho que mais viver do que aceitar. Aceitar nem sempre significa seguir em frente, algumas vezes aceitar apenas paralisa-nos.
Bem, vamos seguir com o viver...

Temos uma tendência a acreditar que algumas coisas, alguns sentimentos, alguns momentos devem ser evitados, talvez porque tenhamos ouvido desde sempre que existem sentimentos que não são nobres, ou que homem/mulher não chora... Sei lá, pode ser muita coisa, desde fruto da educação ou do meio, como  apenas  minhocas de nossa cabeça. Não importa muito a origem, o fato é que isso tudo não é de maneira alguma benéfico.

Deixar de viver um momento, ou de expressa um sentimento definitivamente não nos torna seres humanos “melhores”, isso não passa de uma mentira que um dia contaram-nos. E isso contribuiu para fugirmos de muitas coisas na vida.

Toda essa confusão, vez ou outra, coloca-nos frente a um labirinto... Dá medo entrar e mais medo ainda de sair. Permita-me explicar melhor. Tem certos momentos que a única coisa que podemos fazer é chorar, e adentrar o labirinto seria sentar e chorar até a última lágrima, o risco é perder-se nesse momento e achar que nada mais vale a pena, deliberadamente nunca mais voltar a sorrir,  isso seria permanecer no labirinto. “O choro pode durar uma noite toda, mas a alegria vem ao amanhecer.” E essa “noite” pode durar horas, dias, meses, anos... O Tempo que for necessário, mas lembre-se de deixar o dia amanhecer, não caia na tentação de permanecer na noite eterna. Tem muita vida pela frente. Quando chegar a última lágrima, deixe o sol entrar novamente e siga em frente. Não há mais tempo para lamentar-se ou olhar para traz.

Um labirinto polêmico, e pra muitos proibido é o do ódio. Reconheço que esse não é um dos melhores sentimentos, e que ele é por si só muito nocivo, mais pra quem odeia do que pra quem é odiado. Mas e se, digo e se.. Formos feridos de tal modo e com tal intensidade que por um momento não haja mais nada a fazer alem de odiar... Deixar de adentrar o labirinto escuro do ódio pode deixar escondida uma magoa que te impedirá de amar novamente. Paradoxo... Mas penso que, deve haver o tempo de deixar o coração expressar o que sente, e depois será fácil esquecer a mágoa, perdoar, e ter a chance de amar uma vez mais.

Há tempo para todas as coisas, todo tipo de labirinto... Tempo de concordar, tempo de discordar, tempo de construir e seguir em frente e também tempo de entender que o caminho estava errado e aí destruir tudo e seguir um novo caminho. Tempo de ajudar, tempo de ser ajudado. Tempo em que somos capazes de ouvir um amigo com problemas por horas, por dias, e tempo em que não temos mais forças pra ouvir ou ajudar, aí a saída inevitável é afastar-se de abraçar e de ouvir.
Há tempo de guardar algo como o bem mais precioso, algo sem o qual não poderíamos viver. Porém pode haver o tempo de termos de abrir mão, e entender que teremos que encontrar uma nova forma de viver sem ele, seja o que for, tempo de lançar fora....

Haverá o tempo de encontrar pedras pelo caminho, seja uma ou várias, por menores ou maiores que sejam, as pedras sempre representam obstáculos a serem superados, e superá-los nunca é tarefa fácil. Porém há de haver também, o tempo de juntar pedras e agora não mais como obstáculos, mas para fazer delas um castelo. Fortalecidos pelas pedras retiradas do caminho haverá uma nova vida em um castelo construído por nossas próprias mãos.

Todos os labirintos da vida, que em tempo haveremos de enfrentar, terão uma razão ou uma oportunidade. Por isso, precisamos mergulhar fundo e viver intensamente o momento, não podemos tentar evitar sentimentos ou momentos, isso tornaria inútil viver. Não digo também que devemos aceitar seja lá o que nos sobrevenha e permanecermos escondidos até que a tempestade passe. Pode ser que ela não passe e que tenhamos que sair com chuva, raios e trovões para encontrar o lugar onde o sol voltará a brilhar. Ter medo na adversidade impede que vivamos o momento e possamos seguir firmes.

E entenda, não estamos sós sejam nos momentos de alegrias ou de sofrimento e dor. Momentos de dúvidas ou de certezas, há sempre uma oportunidade para que sejamos fortalecidos mesmo na dificuldade. Basta aprender a contentar-se seja qual for o momento e fugir da autocomiseração.  Contentar-se nos capacitará a lutar, e seguir em frente rumo ao futuro e a um novo começo.

Somos por Ele fortalecidos, Aquele que tudo sabe, e tudo pode. Nos momentos bons e ruins que a vida ou nossas escolhas nos levam, Deus poderá agir mesmo na dificuldade, fortalecendo-nos para que haja um porvir melhor.

Aprender a viver contente em toda e qualquer situação, significa aprender a mergulhar fundo no que se vive , não fugir mas procurar viver cada situação, entrar em cada labirinto e por fim sair, mais fortes e prontos pra um futuro melhor. Aprender a viver contente não significa estar feliz seja qual for a situação, se o momento é de dor, sofrimento, lágrimas, ódio... Não há como estar feliz, sinta e viva até a última gota e estarás preparado para voltar a sorrir. O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi... basta ao dia o seu próprio mal... Viva intensamente o presente, só assim poderá haver um futuro promissor.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.” Ec 3:1

"Tudo posso naquele que me fortalece". Fp 4.13

sexta-feira, 11 de março de 2011

Certezas...


(Foto Por Diego Venâncio)

E quando somos confrontados em nossas certezas?
Algo que já está sedimentado,  não há dúvidas nem abertura a argumentações, até ouvimos opiniões adversas, mas ao final da discussão sua opinião sai inabalada, sabe como é?  


Tudo tão certo, tão certo, que já faz parte de nossa essência. Tem lugar de honra em nossa personalidade, imprimindo um toque forte e característico. Somos referências no assunto... 


Tudo certo, até que em um belo dia suas certezas deixam de estar certas e aquilo no qual você acreditou ou soube desde sempre cai por terra.
Falta-nos o chão aos pés, parece que tudo está rodando, algo muito certo perdeu o sentido de repente, não mais que de repente...


Vivi toda a vida fazendo dessa forma, conheço melhor que ninguém a função,  como nunca notei que na verdade nada está sob meu controle? Experiência não garante a certeza nem a invulnerabilidade.


Cedo ou tarde todos passamos por esse confronto e seja a primeira ou a última vez sempre é um processo sofrido. O Confronto traz dor, sofrimento e mudança.
Da fragilidade  nascerá a força e a consciência que por mais que conheçamos algo, na verdade não sabemos de nada, pelo simples fato de que não depende de nós, nossa vida não está inteiramente sob nosso controle, arrisco a dizer que não está nada sob nosso controle... 


Por mais que hajam planejamentos, cálculos, projetos, métodos, nada disso garante o resultado esperado, e vez ou outra a vida toma um rumo totalmente inesperado, e aí haja replanejamento.... Até nos recuperarmos do tombo, a vida vai seguindo o rumo traçado por Ele, que sabe todas as coisas, apesar de nossas tão preciosas certezas. Nossas certezas até podem nos levar a dar voltas e mais voltas, mas cedo ou tarde chegaremos ao porto, seja ele o nosso ou o Dele, seja ele o dentro do nosso plano inicial ou que respeite a um plano maior. Não importa, Deus está no controle, e é melhor que esteja. Pois nós, vemos apenas o que está a nossa volta, Ele vê a imagem completa. Somos tão somente pequeninos grãos de areia perdidos na imensidão do universo, um barco à deriva... 

Por mais que vivamos o confronto não aprendemos e voltamos a acreditar que estamos no controle, e daqui a pouco tudo recomeça... No fim aprendemos a lição, apenas até a próxima oportunidade...

É preciso entender nas mãos de quem realmente está o controle!!

“O que fizeste das minhas certezas, do que eu pensava ser?

Percebo agora que não passo de um pequeno barco à deriva” Stênio Marcius

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Além da janela...



 (Foto Por SolarScot)

Outro dia São Paulo amanheceu coberto por uma neblina densa, acordei e como sempre, fui até a janela para ver o que me reservava o dia, frio, calor, sol, chuva... Quando olhei através da janela, o que vi foi nada, absolutamente nada, uma densa neblina que não permitia que eu visse alem da própria janela.
Estaria eu morando nas nuvens? Não, definitivamente não.
Saí de casa, meio apreensiva por não ver nada à minha frente, mas logo logo percebi que um pouco abaixo, na altura da calçada a neblina não era tão densa assim e era Possível seguir meu caminho tranquilamente.
 
Fiquei pensando, e se a vida fosse realmente menos planos e mais confiar e esperar? Só saber se dá pra seguir nesse ou naquele caminho quando lá chegássemos?  Fico tensa só de pensar, pra mim é complicado não ter as coisas muito bem planejadas e organizadas. O pior é que não era pra ser assim, confiança e não planejamento deveria nos direcionar,  mas...
 
Tem dias que parece que chegamos ao ponto final, ou seria o ponto de partida? Não sei ao certo, o fato é que parece que alguns fatos repetem-se, algumas situações voltam a acontecer, em outro momento, com outros personagens, mas a situação é igual àquela que vivemos lá atrás, o pior é pensar que ela ainda pode se repetir, não dá pra saber... O futuro a Deus pertence!
 
Lembrei de uma conversa engraçada, sabe quando uma criança faz uma daquelas perguntinhas que você nunca imaginou ouvir?  Acho que todo mundo passa por isso.
A perguntou foi... Quanto tempo tem a eternidade? milhões de dias? Respondi que não.
O menino não satisfeito insistiu em mais uma resposta. Já sei então, são todos os milhões de dias. Respondi que não.
Dessa vez ele esperou por minha resposta, ele já não tinha mais o que responder.
Então pensei um pouco, e respondi que eternidade na verdade seria algo como nenhum milhão de dias. Ele ficou me olhando alguns segundos, sorriu e disse, você não sabe a resposta né? E elegeu uma das dele como verdade absoluta.
Como explicar para uma criança que eternidade é exatamente a ausência de tempo? Não consegui elaborar uma resposta pra convencer meu amiguinho. Paradoxos da existência...
 
Não andar ansioso pelo dia de amanhã, pelo que comer ou o que vestir, deveriam ser tarefas fáceis... Por que seria tão difícil?  Viver um dia de cada vez, sem perturbar-se pelo futuro ou distrair-se com o passado, como se o hoje fosse o único dia de sua vida. E na verdade ele é mesmo... Não dá pra saber o que revela o dia de amanhã, nem dá pra mudar o dia de ontem...
 
O hoje seria um pedacinho do eterno, se o tempo não nos fosse tão importante, tão critico, a ponto de impedir que vivamos do agora. É tão mais fácil viver do amanhã, do que serei, do que terei, de onde estarei, é tanta possibilidade que deixamos de lado o concreto, o agora. E deixar o agora pra depois não é nada sábio... depois não será mais agora, e a oportunidade terá passado... Aliás nem dá pra saber se haverá depois.
 
Já pensou que aquelas historias repetidas possam ser pra te mostrar que você não estava atento a vivenciar o que deveria, ou deixou de lado por uma outra prioridade, o tal planejamento do futuro? Não sei dizer se é essa a razão de termos momentos onde parece que a vida deu uma volta e te deixou de novo no mesmo lugar. Mas e se for essa uma das razões? Melhor estar atento dessa vez.
 
Viver verdadeiramente em confiança, mesmo quando nada se vê além da janela. Deixar de viajar tanto com o futuro que tem infinitas possibilidades. Manter o passado no seu devido lugar, aproveitando a experiência é claro, mas sem acreditar que sua vida parou por lá. Manter olhos bem abertos para viver o que o presente te reserva, ser útil no lugar e momento que estamos. Amar a quem está próximo, cuidar, servir onde sua presença se faz necessária nesse momento. Ser próximo...
E entenda, nossa vida é efêmera. Se não for pelo cuidado do Eterno nada somos, nada temos.



“Não quero que o tempo pare nem passe, 

Não quer o tempo, 

Quero a eternidade.” Silvia Mendonça

domingo, 9 de janeiro de 2011

Quem é o Meu Próximo? - Por Silvestre Kuhlmann


(Foto Por Murianne)



"Olha o homem no chão,
Roubado, meio morto
Quem terá compaixão,
Será amparo e porto?

Lá vem o sacerdote
Pelo mesmo caminho,
É certo que devote
Cuidados e carinho.

Mas ele passa ao largo
Prossegue para igreja
E lá cumpre seu cargo
E diz: “Louvado seja!”

Olha o homem no chão,
Roubado, meio morto
Quem terá compaixão,
Será amparo e porto?

Decerto o levita
Que desce e o vê também
Mas prossegue e o evita
Nem o fita. “Amém!”

Mas o samaritano
Que vinha de viagem
Tido por desumano
Levou-o à estalagem

Não pensa em perda e dano
E dá do seu dinheiro
E resume seu plano:
“O custo pago inteiro”

E ensina: “O meu próximo
Quem é? É todo aquele
De quem me aproximo.”
Pois o amor lhe impele."

Silvestre Kuhlmann

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

E mais um ano se inicia.....


(Foto de Diego Venancio)





É interessante ver que a cada fim de ano e o consequente início do próximo, as pessoas param para fazer o balanço do último ano, e escrever as famigeradas resoluções de ano novo.... Nada contra, todo mundo faz igual nessa época do ano, é o mover do ciclo, o esperar por algo melhor no próximo ano e assim vai.

Nesses primeiros dias do ano entrei numa fazer bem reflexiva, talvez por entender que tem muita coisa na minha vida que não me agrada, nem sei dizer se está bom ou ruim de fato, o que acontece é que provavelmente não está da forma como deveria.

Ano após ano fazemos propósito a serem cumprido a curto prazo, um ano pra ser mais exato, e é sempre frustrante reler a listinha no final do período e notar que está quase tudo lá, nada foi cumprido, ou quase nada.

Esse ano resolvi fazer um pouco diferente, não criei listinha de resolução que basicamente tem sido a mesma nos últimos anos, não cumpri muito dela em cada ano, aliás não cumpri quase nada, e isso tem sido tão frustrante que decidi fazer diferente.

Não digo que não tenho planos, nem sonhos esperados para 2011, isso seria deixar de viver, afinal sem sonhos a caminhada tornar-se-ia insuportável...

O fato é que decidi, não criar um peso pra mim, um peso que ao final de cada ano tem se refletido em frustração... To entendendo que quando o planejamento torna-se uma obrigação, mais que mudar minha vida ou me tornar uma pessoa melhor isso só me faz mal mesmo.

Decidi então por fim, depois de uma semana de intensa reflexão... Decidi que serei mais leve esse ano, seja comigo ou com os com quem convivo. Levar a vida a sério demais cansa, então vamos viver um dia de cada vez, e aproveitar o que vier. Sem lamentos pelo que não aconteceu, seja ainda ou seja pra nunca mais. Não deve fazer diferença, o importante é o que chegou, esse deve ser aproveitado de fato, o restante, bem o restante fica pra um outro dia, um novo dia, amanhã quem sabe...

Viver na dependência, não minha obviamente pois sei que minhas escolhas têm a tendência surpreendente de se tornarem péssimas escolhas, Deus sabe o melhor... Isso não significa que ficarei no meu cantinho sentadinha, mas que sempre que seguir um caminho, não terei medo de dar meia volta se descobrir que não ta indo bem... Que sempre que eu errar, vou entender que é parte da vida, não me culparei, mas reconhecerei o erro... é errei mesmo, vamos tentar fazer melhor. E reconhecendo pedirei perdão, seja a Deus, a mim mesma ou a quem mais for influenciado pelo erro, até que por fim todos já tenham ouvido. Aí sim, sigo de novo meu caminho, sem receio. E errando recomeço o processo, os erros fazem parte da existência, do aprendizado, não seria eu a única pessoa do universo imune a eles...

Amigos, esses seres tão complexos que nos cercam, estão lá nas alegrias, nos momentos difíceis e na hora de falar umas verdades, é e eles falam mesmo... Estive um pouco longe deles no ano que passou, parte de um processo que já fechei e que foi importantíssimo pra que eu me conhecesse melhor.

Nesse ano quero ser próxima, de verdade. Amigos são preciosos demais para serem deixados pra depois... Afinal a amizade leva tempo pra se consolidar e é tão rápido para esfriar... Quero viver sem a distância que enfraquece os vínculos.

Enfim, me comprometo a ter um ano diferente. Valorizando o que realmente importa, sem muita cobrança, sem muita busca pela perfeição ou por não errar, sem tanto “correr atas do vento”... E se assim o for, serei ao final do ano de 2011 uma pessoa melhor, mais próxima, e mais feliz comigo mesma. Viverei pois o presente…

Feliz Ano novo a todos!

“O presente é o ponto em que o tempo se encontra com a eternidade.” CSLewis

As Crônicas de Nárnia - Canção do Eustáquio (Ron Alon)


Canção do Eustáquio

"Sozinho na escuridão
não encontro uma saída
só Você pode me ajudar
a sair deste lugar

E me libertar
da forma que estou
e me mostrar
como devo viver

Grato sou a Ti
que mudou a minha vida
de verdade te conheci
e agora eu só sei que

A esperança existe
quando tudo está perdido
sou um novo ser
agora que está comigo." Ron Alon