domingo, 19 de dezembro de 2010

Natal....


(Foto de
Lidi Faria)


Eis que surge no Céu uma estrela que guia magos do oriente, um coro celestial traz o anuncio aos pastores nos campos e a profecia se cumpre. Nasceu em Belém Jesus, o messias prometido, o Rei dos Reis! Deus em um gesto de amor supremo se fez homem e veio entre nós habitar!
Como estava escrito no livro do profeta Isaías... “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.”

Estamos a uma semana do Natal, toda decoração da cidade e das casas já está posta, a Av. Paulista está mais deslumbrante que nunca, certamente é minha decoração de natal preferida em SP. A luz espalhada por todos os prédios refletindo nas ruas, trazendo encanto a todos que por ali passam. A magia do natal reflete na alma das pessoas que cruzam a avenida todos os dias...
Tudo muito lindo, cheio de musica e clima de festa. Infelizmente junto com toda beleza vem o apelo comercial, da compra de presentes, do consumismo nada necessário.

Isso me fez pensar em um fato importante, estamos rodeados de pessoas sem a menor condição de comemorar um natal nos moldes e padrões comercialmente mostrados na TV, como sendo a razão da existência dessa festa. Deus veio ao mundo e habitou entre nós e tudo que se mostra na TV é que precisamos comprar e comprar, o sentido do natal é gastar tudo que se pode e muito mais o que não se pode. Imagine as muitas famílias que vivem hoje com menos de 2 reais por dia, não tem condições de alimentar adequadamente os filhos e alem de tudo vão ter que explicar pra eles por que é que Papai Noel nunca leva presentes...

Fico imaginando como seria se todos resolvessem trocar os muitos presentes por um gesto de amor, bem simples, olhar para o lado enquanto passeia pela cidade. Dar-se conta de o quanto os excluídos estão tão perto, e lhes é negado o mínimo de dignidade. Os pequeninos estão tão próximos, é tão comum ver pessoas passando fome, vivendo nas ruas, implorando por comida ou ajuda. Essa cena ficou tão comum que passou a ser tratada por todos com indiferença, com a certeza de que problemas sociais não nos dizem respeito. Amar ao próximo, virou clichê, entender quem é o próximo tornou-se uma tarefa que exige tempo para olhar para o lado, tempo que nos foi roubado pelo egoísmo e indiferença nossa de cada dia. O mais complicado é que a indiferença nem sempre é apenas com os de longe, respeitar a vida começa em casa, com seu filho, seu pai, seu irmão, aquele parente que só faz bobagem...
Repartir o que se tem com quem nada tem... nem sempre é dinheiro, amor se reparte em um abraço, em oferecer um ombro amigo, ouvir, chorar junto... Investir tempo, mostrando assim que você realmente se importa. Claro que é também oferecer um prato de comida a quem tem fome, uma oportunidade a quem não tem saída, esperança a uma criança... Sorrir é o gesto mais simples capaz de mudar o mundo. Amar, sempre amar, ter o coração pronto a comover-se com a necessidade do outro, seja ele de dentro de sua casa ou da rua. Coração comprometido em favor da vida.

Lembre-se a mensagem maior de Jesus quando veio habitar entre nós, foi o amor ao próximo, ninguém é o fim em si mesmo. Alimenta a quem tem fome, abrace a quem precisa de consolo, divida com quem tem necessidades, entenda que a vida vale mais, muito mais!!

Feliz Natal a Todos!



Hino de Natal - Primeiro Natal

“Eis que um anjo proclamou o primeiro natal
A uns pobres pastores ao pé de Belém
Que nos campos a guardar seu rebanho, afinal,
Suportavam, da noite, o frio também.

Natal! Natal! Natal! Natal!
É vindo ao mundo o Rei Divinal!

De repente lá no céu, linda estrela surgiu,
E no oriente brilhou com estranho fulgor.
Veio à terra forte luz, que do céu lhe caiu,
Muitas noites, ainda, em fulgente esplendor.

Tal estrela apareceu e os magos guiou
Pela estrada a Belém, rumo certo os conduz.
E chegando ali, por fim, a estrela parou,
Mesmo acima da casa em que estava Jesus.

E os magos, com afã e sublime temor,
Os joelhos dobraram naquele lugar,
Para ofertas liberais, e de raro valor
Qual incenso, ouro e mirra, ao menino entregar.

E como eles, vimos nós com intenso fervor,
Dar louvores sinceros a quem nos amou;
Adorar de coração o Supremo Senhor
Que, morrendo na cruz, nossas almas salvou!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Nárnia – O Peregrino da Alvorada


Hoje foi a Premiere Brasil do Peregrino da Alvorada, e resolvi escrever um pouco sobre minha ligação com Nárnia e o que achei do filme.... Não pretendo fazer uma resenha do filme, até porque o pessoa do http://narnianos.com/ já fez uma muito boa por sinal!!
Bem, quando eu era criança, bem criança mesmo acho que uns 4 ou 5 anos, lembro que tinha uma desenho em alguma emissora que não sei dizer qual era, mas o desenho era baseado em O leão a Feiticeira e o Guarda roupas, e esse foi sem duvida nenhuma meu primeiro contato com um mundo de fantasia, que me levava a viajar.... Depois que vi esse desenho pela primeira vez eu costumava me refugiar em Nárnia, muitas e muitas vezes encontrei a passagem do guarda roupas e me vi em Nárnia vivendo aventuras , obviamente em sonhos, mas mesmo em sonhos essa minha viagem a Nárnia mudou minha forma de ver o mundo, e despertou em mim a imaginação além do tempo e do espaço, a magia , a fantasia e a criatividade passaram a fazer parte da minha vida de uma forma muito intensa.
Mais tarde quando li pela primeira vez As crônicas de Nárnia, fiquei mais encantada ainda com o mundo descrito por Lewis de forma tão sublime... Lembro-me que estava de férias e que devorei o livro com as 7 crônicas em uma semana, e durante esse tempo mal falava com as pessoas, comia ou dormia, não podia me afastar daquele mundo fantástico que eu já conhecia de leve mas que agora estava inteiramente ao meu dispor, vivi verdadeiramente cada uma das aventuras descritas, me emocionava, sofria, me alegrava, eu estive verdadeiramente vivendo em Nárnia nessa semana, tudo mais era perda de tempo, e apenas me afastava das aventuras escondidas em cada página dos livros...
Nessas últimas semanas agora, estive vivendo a expectativa do lançamento de mais um filme baseado nas crônicas de Nárnia, O Peregrino da Alvorada. Já me acostumei com a palavra adaptação nas grandes produções baseadas em livros, foi-se o tempo em que eu sofria, mas entendi, se Tolkien e CSLewis entenderiam por que não eu?? Então já consigo ver os filmes sem esperar que seja tudo fiel ao que li.
Nos últimos dias especialmente, eu estava vivendo mais uma expectativa, ir à premiere, ver o filme antes do lançamento oficial. Vários dos meus amigos me questionaram, que diferença faria, ver antes ou depois do lançamento, que Lewis os perdoe eles não sabem o que dizem... Mas já entendi, apenas um Narniano genuíno poderia entender o quanto seria importante ter a oportunidade de ver o filme antes mesmo dele ser lançado, participar do evento de pré-estréia, sentir-se parte do processo.
Pois bem, consegui finalmente o tão sonhado convite para a premiere e lá fui eu hoje, às 10 da matina ver o filme aqui em Sampa. Imaginem a empolgação e ansiedade por chegar lá... Tudo estilizado, pôsteres do filme, o pessoal que nos recepcionava de camisetas do Peregrino, tudo muito bem preparado. Infelizmente tivemos um atraso de uns 40 minutos para o inicio do filme, enquanto isso dále pipoca , pra quem não sabe elas são ótimas pra TPF (tensão pré filme), santo remédio.
Finalmente a luz se apagou e teve inicio o tão esperado episodio das Crônicas de Nárnia, não demorou muito para começar a magia, e o quadro no quarto em que Lucia estava hospedada na casa do primo com Edmundo tornar-se o portal de passagem para Nárnia, foi emocionante vê-los surgirem no meio do oceano na frente da embarcação narniana O Peregrino da Alvorada, fantástico, começava ali mais uma aventura... Lucia, Edmundo, Caspian e Ripchip juntos uma vez mais e agora o chatinho do Eustáquio, alias chatinho é bondade. Eu também já estava com saudades de reencontrá-los. Para quem é fã inveterado de Lewis e leu algumas vezes as crônicas, certamente a aventura mostrada na grande tela foi bem mais rápida do que desejaríamos.
As viagens em busca dos Fidalgos de Nárnia, não seguiram exatamente a mesma sequência de peregrinação pela ilhas do livro, e houveram algumas invencionices que entendo como parte da adaptação obviamente. Algumas ilhas foram visitadas em seqüência inversa, algumas aventuras foram vividas em ilhas diferentes da narrativa do Lewis, alguns elementos foram criados. Entendo que a idéia foi de tornar a trama mais atrativa para aqueles que verão o filme. Mas em alguns momentos senti muita falta de vários elementos que trariam mais sentido à trama. Senti que muita coisa era jogada, sem que se mostrasse o sentido ou de onde veio. Eu que tava lá com tudo que li fresquinho na cabeça, claro que como boa narniana reli o Peregrino da Alvorada antes da estréia, não dava para correr o risco de deixar passar algum detalhe...
Bem, tudo que estou relatando aqui não significa que não gostei do filme, muito pelo contrário, a produção é fantástica, os efeitos são muito bem elaborados e no contexto geral vale muitíssimo a pena ir ao cinema ver o filme. Tanto é que assim que estrear na próxima semana irei com certeza mais uma vez assistir ao Peregrino da Alvorada.....
Toda a aventura vivida vale ser vista com toda atenção , e não vou descrever tudo que se passa até porque como já afirmei não tenho a idéia de fazer uma resenha e sim dar minha impressão de como foi o filme.
Mas gostaria de falar um pouco do final, emocionante. Como comentei na pagina dos Narnianos, difícil não chegar às lágrima com o final. Retrata de forma quase fiel o descrito por Lewis nas paginas das Crônicas, e na minha opinião é o papo mais emocionante de todas as crônicas, entre os filhos de Adão e Aslam.
A criação desse momento foi caprichadíssima pelos produtores do filme, tudo perfeito. Emoção e magia pura!
Resumindo... Não percam a oportunidade de assistir ao Peregrino da Alvorada, vale muito a pena! Presentaço de fim de ano!!


E para finalizar as ultimas palavras de Aslam no livro, quando Lucia e Edmundo perguntam se ele está também no mundo deles:

"- Estou. Mas tenho outro nome. Têm de aprender a conhecer-me por esse nome. Foi por isso que os levei a Nárnia, para que, conhecendo-me um pouco, venham a conhecer-me melhor."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Outra vez Natal


Como ainda não tive tempo de escrever algo sobre o Natal deste ano, vou publicar um texto antigo que escrevi em 2007, para que já comece a entrar no clima, o novinho virá em dezembro aguardem...

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Outra vez Natal

Chegou uma vez mais o Natal eu estava aqui pensando, entre tentar dormir e pensar resolvi pensar, é muito cedo para dormir ainda. Pensar no que se tornou o Natal, e daí surgiram algumas idéias que resolvi registrar e quem sabe compartilhar com alguém.
A verdade é que há tempos o verdadeiro significado do Natal perdeu-se, e o consumismo e a mídia tomou seu lugar.
A cidade está lindíssima, luzes e música invadem todos os cantos.
Nos shoppings encontramos vários Natais diferentes, Temos o Papai Noel, o Mickey, o Shrek, o Quebra Nozes, os personagens mais variados da Disney e da Pixar, e até um dinossauro roxo, que uma criança de 5 anos ao meu lado me comentou que era um tal de Barney (esse foi o mais bizarro). Tudo isso é Natal, será??
A imaginação das pessoas está cada vez melhor. Tudo isso traz mais cor, brilho e encanto ao Natal, há vários Natais um em cada parte da cidade, você escolhe o que prefere.
Mas fiquei imaginado, de onde vem tudo isso? Vamos do principio, Papai Noel. No século IV um arcebispo chamado Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. A lenda do velinho que viajava o mundo em um trenó mágico veio bem mais tarde em 1822, devido a um poema intitulado "Uma visita de São Nicolau". Depois disso várias coisas foram se juntando a ele de várias partes do mundo e Papai Noel é o que conhecemos hoje. O bom velinho faz a alegria de grandes comerciantes e a tristeza dos bolsos dos pais de todo o mundo. A boa intenção do Senhor Nicolau, tornou-se apenas uma desculpa comercial. Bem, esse ainda não é o significado do Natal.
A árvore de natal provavelmente surgiu em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.
O Shrek, a Minnie, o restante dos personagens da Disney e da Pixar e esse tal de Barney, nunca tiveram nada a ver com o natal, mas estão aí para enfeitarem a cidade além de ajudarem a vender e a incentivar as crianças de todas as idades a deixarem os pais doidos tentando satisfazer aos pequenos consumistas.
Mas e aí, continua a dúvida, onde foi parar o Natal, aquele de verdade, alguém lembra??
Pois é, a cerca de 2000 anos atrás Deus se fez homem, e em uma noite gloriosa nasceu de uma mulher (favorecida entre todas as mulheres), um pequeno bebezinho. Esse era o Natal, Jesus Cristo, o Filho de Deus vinha ao mundo.
Naquela noite, um coro celestial apareceu aos pobres pastores para render Glórias e Louvores ao Filho de Deus.
Alguém já viu um anjo? Não aqueles de Michelangelo, mas um anjo de verdade, criatura celestial. Pois é, eu nunca vi, mas naquela noite vieram muitos e formaram um coro para saudar ao Rei dos reis que nascia numa estrebaria.
Além dos anjos, surgiu no Céu uma estrela de brilho singular, e parou no céu logo acima de onde estava Jesus, para mostrar onde nascera o Rei, essa estrela guiou Magos, que vieram do oriente oferecer presentes ao Rei dos reis:
- Ouro (tributo ofertado a um Rei)
- Incenso (o incenso é usado nos divinos ofícios, tributo a um Deus)
- Mirra (tributo a um homem, a Mirra era usada junto com óleos para ungir os mortos)
O presente simbólico dos Magos mostrava a natureza de Jesus, Rei supremo, Deus feito homem, para viver entre nós e morrer pelos nossos pecados, pagando o preço que a nós era devido, mas que por nós não poderia ser pago.
Os Magos, sábios do Oriente, vieram, prostraram-se perante Jesus e o Adoraram.
Isso é Natal!
Passei pela Av. Paulista essa semana, está espetacular, luzes e cores por todos os lados, tem até um prédio enfeitado com flores de Natal, não sei bem o que significa, mas ficou muito bonito. Tudo deslumbrante. Fiquei encantada com tamanha beleza, mas nada de Cristo, será que O esqueceram em meio aos enfeites antigos?
A cidade fica mais bonita no Natal, mais alegre, a música flui em todos os cantos. Nada de errado com isso. Mas quem se lembra ainda do Motivo do Natal?


”Porque um Menino nos nasceu, e um Filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. (Isaías 9:6)

domingo, 14 de novembro de 2010

Coração – Cláudio Manhães














"Quando se sabe
Que o que se tem não é seu
Quando se tem pra si
Que o que se sabe vem do Céu

Dispõe-se então de toda vida
Põe-se então a repartir com os seus
Brota agora o coração de Deus

Quando se entende
Que é para amar que nasceu
Quando se sente o
Quanto a dor do outro lhe doeu

Dispõe-se então de toda vida
Põe-se então a repartir com os seus
Brota agora o coração de Deus

Coração que adora ama
Coração que ama serve
Mutualidade
Reciprocidade
Diferente é o coração
A diferença é o coração. " Cláudio Manhães

domingo, 26 de setembro de 2010

O Bem Maior....



Outro dia vi uma notícia na internet que dizia que por duas garrafas de cerveja um pai tentou vender a filha de 3 meses de idade...
Estamos vivendo em um tempo de banalizarão total e absoluta da vida humana. Os próprios pais são capazes de vender, espancar, abusar e até matar os próprios filhos. Sempre acreditei que por mais que alguns pais tivessem uma dificuldade imensa em demonstrar amor pelos filhos, eles protegiam, educavam e cuidavam deles. Por mais que alguns pais inspirassem medo, ao encontrar-se em uma situação de risco as crianças sempre recorriam a eles, pois sabiam que eles sem a menor duvida as protegeriam.
Os tempos são maus, e a vida não tem nenhum valor. Mata-se por um cigarro, ou por menos que isso. E não são apenas os chamados “bandidos”, dentro da própria casa onde deveria haver segurança está o perigo. Pais matam filhos, filhos matam pais.
O ser humano tem cada vez mais tornado-se mais animal e menos humano. Isso me leva a pensar o que estaria acontecendo.
Talvez, a individualização, o cuidar-se de si mesmo, o cada um por si... Quando nos tornamos o centro de todas as coisas é difícil olhar para o lado e notar que existem pessoas a sofrer no mundo, algumas bem próximas de nós.
Interessante pensar que o lutar pela vida a qualquer custo estaria dominando as pessoas de um tempo pra cá, de uma forma tão forte que lemos todos os dias noticias absurdas como as que mencionei no inicio do texto.
Ver na TV uma criança morrendo por não ter o que comer não é uma cena tão chocante como era a tempos. E pior que isso, saber que seu vizinho não tem leite para dar ao filho e não se incomodar ao ponto de deixar a TV e a internet de lado por alguns minutos, atravessar o corredor e oferecer ajuda. Não tenho tempo para me preocupar com mais nada, minha vida já me consome o bastante... Talvez seja esse o pensamento que ocupe nossa mente a maior parte do tempo, ou sempre que cruzamos com alguém próximo ou distante que precisa de algum tipo de ajuda. Nem sempre essa ajuda inclui dinheiro, algumas vezes é apenas doar uma parte do seu tempo, ou ouvir ou ajudar a levar o fardo. Exercer o amor de forma simples e corriqueira tornou-se algo tão distante da realidade da sociedade moderna...
O Amor é a lei maior, é preciso olhar para o lado, seja dentro de sua própria casa ou na calçada ao lado, onde todos os dias vemos frutos do egoísmo humano, da busca gananciosa por cada vez mais e como conseqüência trazendo miséria aos menos favorecidos.
Fala-se tanto em igualdade social, em distribuição igualitária de recursos, sustentabilidade, mas no fim cada um está preocupado com seu mundinho. Esquecemo-nos de que sem dedicar amor ao que vive ao seu redor o que vamos ver com cada vez mais frequência é a violência, a fome, o desamor e a morte.
Acordar para um novo tempo é preciso, lutar pelos direitos dos outros mais do que pelos seus , demonstrar amor nos gestos mais simples, amor pelo ser humano e amor pela natureza. Isso seria sim capaz de tornar o mundo um lugar mais digno de se viver, um lugar mais parecido com um lar. Onde teremos alegria em compartilhar um pouco do que se tem com aqueles que nada tem, compartilhar com amor.
Ver alem de nós mesmos, do nosso querer viver bem sem importar o que estiver a volta. Amar ao próximo como a si mesmo... Acho que paramos na primeira parte da lei, aprendemos a nos amar verdadeiramente a despeito do próximo. Resta agora, enquanto ainda ha tempo, amar ao próximo e lutar assim para ter uma sociedade mais justa e igualitária, só assim viveremos com paz.


“Love is a temple, love a higher law
Love is a temple, love the higher law
.....
One love, one blood
One life you got to do what you should.
One life with each other: sisters, brothers.
One life, but we're not the same.
We get to carry each other, carry each other.
One love! One!” - Bono Vox

Futuro do Pretérito - Ariovaldo Ramos

(Foto de Muadh N M)











"Foi tarde e manhã: primeiro dia!

É Deus no sentido antiorário!
É Deus me dizendo: é o contrário!
Seu socorro já veio. Você não via?

É.. Jesus nos disse que a luz viaja:
Sai do oriente pro ocidente.
Para o que aparece pra gente...
do passado que a gente diz haja!

Se a luz viajou, tudo é passado...
e tudo o que se vê, já foi visto
antes. Einstein tem o seu mérito!

E Deus sabe tudo, pois foi vistado
E se foi! Como nos disse o Cristo!
Só virá o futuro do pretérito!
" - Ariovaldo Ramos

sábado, 21 de agosto de 2010

VIVO - Lenine/Carlos Rennó


(foto de Steve Bailey)

"Precário, provisório, perecível;

Falível, transitório, transitivo;

Efêmero, fugaz e passageiro

Eis aqui um vivo, eis aqui um vivo!

Impuro, imperfeito, impermanente;

Incerto, incompleto, inconstante;

Instável, variável, defectivo

Eis aqui um vivo, eis aqui...

E apesar...

Do tráfico, do tráfego equívoco;

Do tóxico, do trânsito nocivo;

Da droga, do indigesto digestivo;

Do câncer vil, do servo e do servil;

Da mente o mal doente coletivo;

Do sangue o mal do soro positivo;

E apesar dessas e outras...

O vivo afirma firme afirmativo
O que mais vale a pena é estar vivo!

É estar vivo

Vivo

É estar vivo

Não feito, não perfeito, não completo;

Não satisfeito nunca, não contente;

Não acabado, não definitivo

Eis aqui um vivo, eis-me aqui." Lenine/Carlos Rennó

sábado, 7 de agosto de 2010

As voltas que a vida dá...









Certa vez estava trabalhando em um evento, na época fazia parte de um grupo de teatro e nesse evento haviam vários grupos apresentando-se. Em um dos intervalos do meu grupo comecei a assistir a apresentação de um dos outros grupos. Me perdi no tempo viajando na história, que de forma resumida contava a historia de um Jovem que encontrou um grupo de pessoas e passou a integrá-lo sem saber bem quem eram e se podia confiar, eles apareciam vestidos com vestes coloridas para passar alegria, confiança e o bem. Quando o jovem se entregou completamente, passou a acreditar que podia confiar com a própria vida nos novos amigos, o cenário muda e eles tiram as vestes coloridas e mostram as vestes negras, mostrando ao jovem que só queriam a confiança dele e que agora ele passava a ser prisioneiro. No fim tudo termina bem e o jovem é resgatado. Isso aconteceu a quase vinte anos, e essa apresentação nunca me saiu da mente.
Resolvi refletir um pouco sobre essa lembrança que é tão viva e constante, e conclui que vivi a situação representada diversas vezes na vida, em vários aspectos. Confiar em quem não deveria, acreditar que podia contar com alguém e depois me ver só quando a situação se complicava, e os envolvidos nas circunstâncias simplesmente vestiam-se de negro e mostravam que faziam parte da conspiração. Obviamente estou potencializando os fatos por mim vividos para aproximá-los da apresentação. O fato é que da mesma forma como o jovem não via nenhuma saída e de repente por um tipo de milagre tudo ficava bem e ele era resgatado do mal, sempre aconteceu o mesmo comigo. Tudo termina bem, independente de o quanto demore pra passar ou do quanto pareça interminável e insuportável enquanto é vivido. No fim Deus estende a mão e a vida recomeça.
Renascemos das cinzas tal qual a Fênix. E mais uma vez temos forças, motivação, alegria e sonhos para seguir. De volta em volta a vida vai seguindo...
Difícil saber quando a fase boa termina e vem a má, mais difícil ainda saber quando termina a má e vem a boa, a noite se faz dia novamente e o florescer da primavera te restaura as forças.
O importante nesse vai e vem, que no fim é uma caminhada pra frente sempre, rumo a um futuro um tanto quanto incerto. O importante é acreditar que viver vale a pena e que os sonhos são a chave para caminhar sempre sem parar ou olhar para trás, o que nos espera é o futuro, nunca o passado.
Voltar ao passado é evitar que a vida siga o rumo certeiro, é atrasar o destino que precisa ser encontrado.
Rumo ao futuro sempre, mas o foco, esse precisa estar no presente. Não se vive o futuro sem passar pelo presente, e esse está aqui na minha e na sua frente. É fácil tocá-lo. Os outros, futuro ou passado, esses são agora intangíveis. Deixe que o tempo se encarregue deles, o que passou passou o que está por vir virá no tempo apropriado.
Procure viver as voltas na vida de forma otimista, com esperança e crendo que o porvir trará alegrias que vez ou outra serão interrompidas por dificuldades isso é fato, mas que podem ser superadas, com maturidade e sabedoria adquiridas no decorrer da caminhada.
Sonhe sempre com um futuro melhor e viva um presente com foco nas coisas positivas, sempre respeitando os que estão a sua volta e a si mesmo. Tente abstrair do lado ruim de tudo que se vive potencializando o aprendizado que te dará ferramentas para um futuro melhor.

"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher" Cora Coralina

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quem nunca errou atire a primeira pedra…



Como é complicado cometer erros, difícil passar por isso e não se culpar muito mais do que o necessário.
Por vezes tomamos decisões, fazemos escolhas, passamos informações, magoamos alguém, nos envolvemos com alguém.... e no fim das contas todas as alternativas anteriores terminam em um grande equívoco, obviamente com consequências. Muitas vezes é difícil aceitar o erro, “como pude tomar uma decisão assim??” Seja qual for o aspecto do erro a culpa é inevitável...
Pronto, já cometemos o erro, seja lá qual for, restam duas alternativas, lamuriar-se eternamente ou tentar contornar a situação buscando alternativas e obviamente tirar uma lição valiosa da vacilada.
Se a opção foi a segunda, a calma será vital. Parar para pensar, esfriar as idéias, e traçar um plano para seguir em frente. Independente de quão dolorosas sejam as consequências, é preciso levantar-se sacudir a poeira e seguir em frente. E tenha uma única certeza, os erros são inevitáveis, então mais cedo ou mais tarde vamos chegar a uma situação chata dessas de novo... Aprenda a tirar as lições do que foi vivido, isso irá ajudá-lo a não cometer os mesmos erros, amadurecer, crescer, ser mais cauteloso.
Alem de tudo isso, tem um ganho importantíssimo. Quando se erra cresce a tolerância aos erros dos que vivem ao nosso redor. Fica menos provável atirar uma pedra na primeira vacilada de alguém que você conheça. Quem cometeu muitos erros e aprendeu as lições inerentes a cada um, certamente terá mais possibilidades de amar mais e tratar com respeito, consideração e tolerância aos que um dia estarão em uma situação parecida. E teremos a oportunidade de estender a mão e não pisar a cana quebrada.
Normalmente somos os primeiros a nos culpar e nos condenar pela falha, os que estão a nosso lado não chegariam nem perto do que nós mesmos nos atribuiríamos como castigo. Então, olhe com amor o que nesse momento precisa de apoio e definitivamente não decida apagar a torcida que fumega, não destrua o ultimo fio de esperança. Seja forte e capaz de estender a mão, oferecer o ombro e por vezes perdoar. Sim, perdoar, oferecer perdão a quem te magoa cura suas próprias feridas, é mais terapêutico a você mesmo do que ao que busca o perdão. Por outro lado, se você é o réu, seja forte e busque o perdão. Pedir perdão com sinceridade é sinal de coragem e certamente merece consideração.
Obviamente não tenho a intenção de generalizar, essa não é uma formula mágica que pode ser aplicada em toda e qualquer situação. Cada um sabe o que vive... De uma coisa tenho certeza, a condenação fulminante sem o direito de defesa nunca foi justificada e não traz paz.

Não falo nesse texto de nenhum tipo de ato criminoso, isso entraria em outro contexto. Tudo que tento expor trata de erros que todos, digo todos mesmo, estamos sujeitos a cometer. Muitas vezes na intenção de acertar.
Se você errou tente entender o que te levou a errar e procure uma alternativa, uma saída pra que você possa voltar o mais rápido Possível a uma vida alegre e sem culpa. Se você está próximo a quem errou procure ajudar seja com o ombro amigo, ou com troca de experiências. Os erros que você cometeu podem ajudar alguém, as suas experiências podem não ser as mesmas de outros mas elas podem ser valiosas. Saiba ouvir e saiba dar palavras que ajudem a orientar e não desesperar. Importante nunca tentar impor suas idéias, nem sempre você tem razão, e aceitar isso é sinal de respeito ao próximo.

Bem, entendendo que errar é inevitável, viva intensamente cada dia, sem ter medo do que pode ou não dar certo. A vida acontece agora, deixar para o futuro é desatino. Ouse caminhos novos, isso te trará novas possibilidades, novos horizontes e grandes oportunidades em todos os sentidos. E se algo der errado, levante, entende onde errou, aprenda e siga em frente. A vida é feita de grandes aprendizados que te possibilitam viver novas experiências, com mais maturidade e segurança. Viva com simplicidade sem planos mirabolantes que dificilmente serão realizados, busque o tangível. Mas ouse sempre! Não tenha medo do novo e desconhecido.

“Quem evita riscos, não ama, não aprende, não vive. A vida está nas fronteiras, lá onde os pusilânimes não ousam ir” Ricardo Gondim

domingo, 4 de julho de 2010

Quando me amei de verdade... (Charles Chaplin)












Esse texto é supostamente de autoria de Charles Chaplin.


"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!! " Charles Chaplin

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Eu sou Brasileiro com muito orgulho com muito amor….

(Foto de Gregor Rohrig)

Estamos nos finalmentes da primeira fase da copa da África 2010...
Fiquei lembrando quando vi pela primeira vez um jogo da Copa, em 1978 eu tinha quase 4 anos, mas lembro de ver todo mundo lá em casa na sala torcendo pelo Brasil. Isso considerando que ninguém por lá se interessava por futebol, mas lá estavam todos...meus pais, meus irmãos todo mundo junto na torcida. Achava legal ter todo mundo junto, isso raramente acontecia. Minha mãe que não suportava futebol, se desesperando a cada pênalti perdido e comemorava eufórica cada vez que o Brasil acertava. Infelizmente não fomos campeões... fiquei super desapontada. Na próxima copa, 1982 eu já era uma mocinha com meus quase 8 anos de idade, e já podia tomar algumas decisões importantes, como já era minha segunda copa já havia me apaixonado pelo futebol e ficava disputando a TV com meus irmão para ver os jogos que não eram do Brasil, aqueles que ninguém lá em casa queria saber. Com meu vasto conhecimento futebolístico a essa altura sempre que conseguia a TV, aplicava critérios aprimoradíssimos para escolher o time para o qual eu torceria. Escolhia o que estivesse com a camisa da cor que eu mais gostasse, e aí começava a torcida, certamente depois do fim do jogo se me perguntassem quem havia ganho eu diria com todo orgulho "o time de camisa Azul", ou seja lá qual a cor escolhida, mas não tinha idéia do nome da seleção. Mais uma vez o Brasil não levou a copa, e isso se repetiu por muitas vezes. Eu já conseguia escolher com um pouco mais de critério as seleções preferidas, mas continuava frustrada por não ver o Brasil campeão. Até que em 1994 vi pela primeira vez o Brasil levantar a copa, inesquecível.
São muitas lembranças e muita emoção, a Copa do Mundo realmente é algo que comove a nação Brasileira. É interessante ver como o Brasileiro torna-se particularmente patriota na copa. O país inteiro unido em uma mesma emoção, o país simplesmente para pra ver os jogos da nossa amada Seleção Canarinho.
No ultimo jogo, fiquei olhando pela janela no intervalo, como meu prédio é bem alto vejo boa parte da Zona Oeste e até perto da Av. Paulista, impressionante ver São Paulo sem um carro sequer nas ruas, sem uma única pessoa caminhando. Silêncio absoluto, nas ruas pelo menos. Pois o som ensurdecedor das malévolas Vuvuzelas não paravam de sair das casas e prédios nos arredores.
Um Brasil verdadeiramente unido com um único objetivo, honrar a torcida pela seleção Brasileira. Nesse momento, torcedrores do Brasil, palmeirenses, corinthianos, sãopaulinos, santistas, botafoguenses, fluminensistas, esmeraldinos, vilanovenses...Times pelo Brasil a fora. Todos em um grito contido esperando a oportunidade de gritar juntos o gooooooool. E mais do que isso a esperança que renasce a cada inicio de mundial de poder soltar o “é campeão” a nação Brasileira suspende a respiração esperando o momento do “é hexa”e mais uma vez ver o nosso capitão erguer a taça. Seleção Brasileira motivo de orgulho mundial! Não tem onde se passe nesse planeta e não se escute ao identificar-se Brasileiro Brasil Futebol", a identificação é imediata e o carinho das demais nações é algo impressionante, lógico levando em consideração a exceção do nosso vizinho da América latina. Todos os lugares menos lá...
Toda essa comoção, união, patriotismo dos momentos de copa me leva a pensar, onde estaria o Brasil se os Brasileiros se unissem não apenas na torcida pela seleção. Se a paixão pelo Brasil não surgisse apenas de quatro em quatro anos e durasse um mês apenas. Se as diferenças que desaparecem nesse momento se mantivessem ausentes em todo o tempo, e a paixão pelo futebol pudesse refletir na paixão pela vida, na preocupação com as necessidades do próximo, no não tirar vantagem em tudo, mas simplesmente lutar pela vida melhor dos que estão próximos e distantes. E assim seriamos verdadeiramente uma grande nação, respeitada mundialmente pela inclusão social, pelos direitos igualitários, pela preservação da natureza, pela economia verdadeiramente sustentável. Aí sim na copa ou fora dela orgulho de ser Brasileiro sempre!

sábado, 5 de junho de 2010

Ah O Amor....

(Foto de Kristin Manson)

Na próxima semana teremos a data brasileira para o dia dos namorados, não sei se por essa razão ou por nada muito específico resolvi escrever sobre o amor. A minha idéia de amor, talvez um pouco inusitada ou por demais romântica para muitos, mas é o que acredito que seja o amor verdadeiro.
Acredito em um sentimento tão raro e sublime que seria impossível não ser correspondido. Muito diferente do “gostar de alguém”, muito mais simples do que o “estar apaixonado”.
Com o passar do tempo comecei a perceber que aquela idéia ingênua de que seria simples ter um relacionamento onde haja amor não é nada simples. E o que ouvi muitas vezes de amigos ou de mim mesma, querer alguém que apenas me ame e a quem eu ame. Isso é muito mais complexo que minha mente adolescente poderia possivelmente imaginar. Com o passar do tempo comecei a perceber que estar com alguém, seja casado ou namorando não significa que você ame ou seja amado. Sentimento é sempre algo bem controverso e é difícil em meio a um turbilhão de emoções você não acreditar verdadeiramente que está amando e finalmente encontrou o tão sonhado “amor da sua vida” até que o sonho acabe.
Não estou dizendo que não acredito no amor, muito pelo contrario sou uma romântica incurável. Não saberia duvidar dele nem por um minuto.
A questão é que nos últimos anos, especialmente depois dos 30, comecei a analisar mais de perto os relacionamentos de amigos, parentes e colegas, e cheguei a uma conclusão um pouco arrasadora... O amor, aquele genuíno, é um sentimento muito raro e são muito poucos os que realmente o encontram. Isso independe de estar solteiro ou casado, viver bem ou não no seu relacionamento.
O que eu entendo por amor é um conjunto de coisas simples que acabam por forjar o mais complexo dos sentimentos.
Encontrar na ternura do olhar do outro o abrigo e refúgio para todo o mal, ao lado da pessoa amada sentir-se protegido. E ter o desejo intenso de proteger aquele a quem se ama de toda e qualquer dificuldade.
Conseguir fazê-lo sorrir quando ele está cansado, e saber que o abraço que ele te oferecerá terá o mágico poder de fazer toda a dificuldade do seu atribulado dia ir embora.
Amar é querer andar de mãos dadas no parque, escrever bilhetinhos com palavras de carinho feito dois adolescente, isso independente da idade ou fase da vida na qual encontram-se.
Quando se ama de verdade não importa o quão maravilhoso é o lugar onde se está, se o outro não estiver junto nada terá graça, porque no fundo você imagina que com aquela pessoa tudo seria mais divertido e mais bonito. Isso não significa que você pare de viver quando estiverem distantes um do outro, mas que acreditam que estar juntos é mais belo que qualquer outro premio.
Quem ama não consegue estar em um lugar legal e não lembrar da pessoa amada. Não pegar uma conchinha na areia da praia e levar de lembrança. Difícil não ver algo do qual o outro se agradaria e não lembrar instantaneamente da risada de satisfação que o outro daria se estivesse ali, e assim difícil não sorrir lembrando com ternura do seu amado distante e sentir aquela saudade que aperta o peito mas que ao mesmo tempo te traz alegria por saber que em breve estarão juntos novamente.
Sabe quando você olha para a pessoa e vocês conseguem entender o que um e outro estão pensando e sem pronunciar uma única palavra os dois caem em uma gargalhada submersa em cumplicidade? Isso é amar.
Saber estar em silêncio e oferecer um abraço ou o ombro, e saber que poderá contar com isso quando você também precisar.
Ter uma musica secreta, que foi escolhida para embalar o romance. Ter prazer em dormir abraçado, ficar horas se olhando, perder-se no tempo enquanto conversam seja lá sobre qual assunto for. Não importa, o que vale é estarem juntos, rirem juntos, chorarem juntos, trocar juras de amor eterno. E acima de tudo entender que são abençoados e que foram agraciados com o mais sublime dos presentes, viver um grande amor.
Quem ama volta a ser criança, brinca de roda, de pipa, vai ao parque, come pipoca e algodão doce e tudo isso parece ser o programa mais divertido do mundo.
Quem ama também tem jantares românticos , regados a boa comida, bom vinho, boa conversa e muito carinho e ternura.
Outro dia ouvi o comentário de uma amiga, que na minha opinião encontrou esse amor de que falo. Ela disse algo como, depois de 12 anos ainda sinto um arrepio na espinha quando ele me beija. Quem ama de verdade guarda sempre o desejo dos primeiros dias de namoro, não importa o quanto o tempo passe ou o quanto fiquem juntos.
Quem encontra o amor verdadeiro terá sempre o melhor amigo no amado, pois tal cumplicidade não é possível ser encontrada em outra pessoa.
Quem ama de verdade espera sinceramente poder envelhecer junto, e entender que cada momento vivido ao lado da pessoa amada é muito, mas muito precioso...

“I could stay awake just to hear you breathing

Watch you smile while you are sleeping

While you're far away and dreaming

I could spend my life in this sweet surrender

I could stay lost in this moment forever

Every moment spent with you

Is a moment of treasure...” Diane Warren

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Obra-prima? Eu? - Wolô


"Quando olhar pra si mesmo
E não vir nada mais
Do que um pássaro a esmo
Contra mil vendavais
Debatendo-se em penas
Tanta pena de si
Perguntando-se apenas:
- Porque foi que eu nasci?
Quando a própria certeza
Não passar de um talvez
Cada enzima, cada osso,
Só um fosso
De porquês...
E a mais pura beleza
For igual aos balões
Cada pelo, cada nervo
Um acervo
De ilusões

Saiba, nem um cabelo
Cairá se não for
Sob o vivo desvelo
De um Deus Criador

Seu mais lindo poema
Se reflete em você
- Filho, venha, não tema;
Eu Sou o seu porquê

Você é um manifesto
Da verdade vital
Cada nervo, cada pelo
Um modelo
Original
Você mesmo é um gesto
Desmassificador
Cada osso, cada enzima
Obra-prima
Do Senhor."

Wolô

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Efêmero e O Eterno...


Como é difícil saber dar a devida importância e o devido valor ao que se vive, no momento em que se vive…. Entender o que é duradouro e o que é efêmero...
Quantas vezes iniciamos o projeto de nossas vidas, algo que será a mais importante obra, e depois de algum tempo abandonamos por não entendermos mais que trata-se de algo importante e que existem outras coisas que realmente valem investir tanta energia. Isso independe de o quão Jovem ou o quão maduro somos. O Erro na percepção inicial ou na avaliação final pode ocorrer a qualquer momento. Quantas vezes o que te fez chorar compulsivamente pelo desalento, pela decepção ou desilusão, com o passar do tempo te parece tão tolo.
Da mesma forma, quantas vezes deixamos passar o que chamamos de pequenos detalhes e que com o passar do tempo entendemos o quanto foi decisivo, mesmo sem ter recebido a devida importância.

Algumas lembranças trazem percepções tão antagônicas, hoje lembro-me com saudades da minha infância. Quando criança tudo o que eu mais queria era ser adulta para poder estar bem distante, cuidar da minha própria vida e ser feliz. Hoje em inúmeros momentos tudo o que mais desejo é poder voltar para a casa dos meus pais, sentir o abraço de minha mãe. Isso parece que teria o poder de mágico de levar todos os problemas embora. Provavelmente só agora tenha entendido o verdadeiro valor da família, independente das confusões, ou das discordâncias de pensamentos, família é um bem muito precioso. Não sei se voltar no tempo mudaria algo, o que sei é que hoje amo minha família. E a catalogaria como algo importantíssimo, o que apenas eu não soube entender quando vivíamos sob o mesmo teto.

Algumas dores por outro lado independe quantas vezes as sintamos, terão sempre um valor bem significativo e trarão uma parcela de amadurecimento se entendermos como. Difícil perder alguém querido, difícil ser magoado e saber perdoar, difícil entender por que razão algumas pessoas consideram que mentir é a melhor solução seja para o que for, difícil entender que sentimentos nem sempre são recíprocos, difícil entender que existem formas muito diferentes de demonstrar carinho e afeto, difícil entender que algumas pessoas têm uma percepção tão errada delas mesmas ou dos que estão perto. Saber passar por alguns desses episódios e conseguir sair inteiro exige muito aprendizado, não é nada fácil, porém é bem necessário. Pois estamos, durante toda a vida, sujeitos a em algum ou em vários momentos, passar por algumas dessas dores. E isso precisa amadurecer mais e sangrar menos.

A amizade verdadeira, é algo também muito importante e nada efêmero. Interessante como independente de a quanto tempo você e seu amigo não se vêem, como a perspectiva de tempo muda quando encontram-se. A intimidade faz com que dez anos sem ver ou falar com o grande amigo pareçam dias, tudo parece tão igual, é como se nunca tivéssemos nos separado. A Amizade é verdadeiramente dádiva de Deus! Viver sem amigos é condenar-se a uma vida de solidão e desalento. Distante ou perto, com contato virtual ou real, sem amigos fica difícil caminhar. Difícil não ter alguém para quem se pode ligar de madrugada seja por que razão, ou estar disposto a estar disponível na madrugada tanto quanto ao meio dia. Como disse o Osmar Ludovico no encontro do Caminho no último domingo, “Amigo? É o último a sair da festa e o primeiro a chegar na hora da tragédia...”

O interessante ou nem tanto assim, é que na maioria das vezes só identificamos o que é realmente importante analisando o passado. Não que isso não traga bem algum, o traz... Mas como seria proveitoso se tivéssemos a percepção no presente, onde vida acontece realmente.

O meu desejo é que mesmo com o entendimento no passado possamos aplicar no presente o que aprendemos, e assim compreender o que vale mesmo ser valorizado.


"Tudo o que não é eterno, é eternamente inútil." C.S. Lewis

terça-feira, 18 de maio de 2010

Clube da Esquina II - Milton Nascimento- Lô Borges- M.Borges

(Foto de Ben)


"Porque se chamava moço

Também se chamava estrada

Viagem de ventania

Nem lembra se olhou pra trás

Ao primeiro passo, aço, aço....

Porque se chamava homem

Também se chamavam sonhos

E sonhos não envelhecem

Em meio a tantos gases

lacrimogênios


Ficam calmos, calmos, calmos

E lá se vai mais um dia

E basta contar compasso

e basta contar consigo


Que a chama não tem pavio

De tudo se faz canção

E o coração

Na curva de um rio, rio...

E lá se vai mais um dia

E o Rio de asfalto e gente

Entorna pelas ladeiras

Entope o meio fio

Esquina mais de um milhão

Quero ver então a gente,
gente, gente..."

Milton Nascimento- Lô Borges- M.Borges

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Incompreendidos....

(Imagem de fractal)


Interessante como algumas vezes duas pessoas têm uma imagem totalmente diferente nossa. Somos muito interessantes para alguém e muito chatos para outro. Sempre uma questão de perspectiva e de o quanto os outros conseguem entender nossas atitudes. Algumas pessoas são bem mais sensíveis e com isso tem uma capacidade maior de perceber o que deve ser visto para alem das meras atitude dos outros.
Algumas pessoas emocionarem-se ao ouvir uma linda musica, ler um poema, ver um quadro, ler um livro... conseguem de alguma forma captar a alma do artista, e da mesma forma são mais sensíveis para entender o que é realmente a pessoa com quem convivem. Outros, pela dureza da vida, pela dificuldade enfrentada ou por alguma razão desconhecida terão uma dificuldade imensa de serem sensíveis frente a qualquer coisa, de uma imagem a uma pessoa. Não serão capazes de ao presenciarem um belo pôr-do-sol lembrarem de um bela canção que embala perfeitamente a tela viva, e em alguns momentos podendo até ouvir o som da musica, enquanto se perde no tempo contemplando a tão fantástica obra da natureza.
Os distraídos, não são bem compreendidos por muitos. Perdem-se no tempo e no espaço ao percorrerem o caminho que fazem todos os dias, e têm uma capacidade única de conseguir encontrar algo novo a cada dia, nesse tão rotineiro caminho. Uma nova flor a desabrochar já leva os pensamentos para muito longe, uma pássaro a cantar é capaz de fazer renascer memórias alegres outrora perdidas em algum canto da mente.
Esses tais seres, são capazes tanto de encantarem-se com a beleza de um céu azul sem nuvens e com um lindo sol brilhante, em um dia típico de outono. Como podem, em um dia cinza e chuvoso, daqueles invernos frios e sombrios, encontrar graça na menina de casaco vermelho e chapéu de delicadas flores que segue de mãos dadas com a mãe sob o guarda-chuva a caminho da escola.
Não precisa muito para tirá-los da realidade, e fazê-los viajar profundamente em um mundo próprio.
Enquanto isso no mundo ordinário, aqueles que o cercam tentam entender por que razão essa criatura vive com um olhar distante e a cabeça no mundo da lua, com tanta coisa a ser feita, com tanto cronograma a ser cumprido.
E algumas vezes isso leva os mais céticos ou mais comprometidos com a realidade nua e crua a terem uma imagem distorcida e incompreensível dos pobres e sensíveis distraídos desse mundo.

"E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música. " Friedrich Nietzsche

domingo, 16 de maio de 2010

Outros rumos..

(Foto de Cintia Scola)

Quantas vezes fazemos milhões de planos e no fim nada funciona exatamente como planejamos?
Planejamos tudo com tanto cuidado e zelo, e quando chega o tão esperado momento de finalmente realizar o tão sonhado plano tudo dá errado, ou nem tanto... Tudo acontece de forma inesperada e ficamos meio sem ação frente ao novo rumo que tudo acaba tomando.
Isso nem sempre é ruim, mas frustrante algumas vezes. Pois a princípio é difícil entender que pode ser melhor do que o que estávamos a tanto tempos esperando, cuidando de tantos detalhes... Vivemos de sonhos, e sonhar nos leva a fazer planos e acreditar que um dia eles vão se concretizar.
Sonhamos com uma casa, com uma família, com uma viagem, com uma festa, com um encontro, com a felicidade , com a paz, em fazer diferença... É tanta coisa que só de pensar já fico exausta. Todo esse planejamento, um após o outro realizados ou frustrados, fazem parte da vida e da nossa caminhada nesse mundo.
O importante é entender que existe um plano maior, alem de nossa mente criativa que fica o tempo todo imaginando algo novo para alcançarmos. Creio que existe um plano pré-estabelecido para cada um de nós, e em muitas situações o não concretizar um plano pode trazer um bem maior. Nem sempre é fácil entender e aceitar que não era pra ser mesmo...
Evitar a frustração em dias em que o vento muda a direção da sua vida é bem complicado. Muitas vezes seguimos por caminhos mais longos que o necessário para conseguir encontrar a direção correta na vida.
Recomeçar nem sempre é simples, ou quase nunca. A sensação de fracasso turva a mente, e entender que os nossos planos podem não ser os melhores torna-se complicado e confuso.
Um dia quando olharmos o passado, vamos conseguir entender. Em algumas situações provavelmente não será tão simples. Até hoje não compreendo muitas das coisas que vivi. Mas existem algumas muito específicas que quando olho para traz vejo com clareza que o que eu almejava teria me levado a um caminho triste e quase sem volta. Em muitos momentos o que me fez chorar por não ter acontecido da forma como eu esperava, me trouxe alegria e certeza de que Alguém cuida de mim, com muito amor. E mesmo que eu tenha sofrido foi melhor assim. Parece bobagem, ou frase pronta de folhetim, mas pense bem na sua vida e você certamente irá identificar vários momentos assim, que o fracasso te levou a um caminho , a uma mudança de vida e de perspectivar muito importante para o que você se tornou.
Temos a visão muito limitada, só conseguimos ver o agora, o que me faria feliz hoje. Deus tem planos maiores que isso, e certamente tem um cuidado maior com cada um de nós, e assim sendo o que seria mais obvio que confiar Nele, por mais confuso que você possa estar. Ele sabe onde devemos chegar, e isso independe se optamos pelo caminho mais curto ou mais longo. Um dia vamos chegar lá.
Isso não significa que não podemos ou devemos fazer planos ou sonhar, devemos sim claro! Sem isso viver torna-se muito monótono. Mas tenha a mente aberta para entender que nem sempre os planos que traçamos serão a melhor opção para nossas vidas. Confie Naquele que sempre tem o caminho certo.

(O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábio vem do Senhor. PV.16:1)

Pode o coração do homem planos fazer
Pode o coração do homem passos traçar.

Pode a vida inteira, seus caminhos seguir buscar.
Pode a vida Inteira, seus caminhos seguir buscar.

Mas a resposta,
Mas a certa resposta,
Dos lábios do Mestre virá.

sábado, 15 de maio de 2010

Caçador de mim - Luís Carlos Sá / Sérgio Magrão

(foto de Maia)


"Por tanto amor

Por tanta emoção


A vida me fez assim

Doce ou atroz


Manso ou feroz

Eu caçador de mim

Preso a canções

Entregue a paixões

Que nunca tiveram fim

Vou me encontrar

Longe do meu lugar

Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta

Nada a fazer senão esquecer o medo

Abrir o peito a força, numa procura

Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai

Sonhando demais

Mas onde se chega assim

Vou descobrir

O que me faz sentir

Eu, caçador de mim."

Luís Carlos Sá / Sérgio Magrão

domingo, 9 de maio de 2010

Nascer uma vez mais....


Viver nem sempre é uma tarefa simples. Vez ou outra deparamo-nos com momentos complexos de vida. Onde seguir em frente parece ser a escolha mais improvável... Faltam forças para o primeiro passo e falta esperança para os demais.
Por vezes desistir parece o mais sensato a se fazer, deixar de acreditar que é possível superar seja lá o que estivermos vivendo.
Nesses momentos onde parece que o último fio de esperança está por ser rompido a morte é inevitável... Não falo da morte literal, não estou falando de fim da vida na terra. Mas sim de uma morte simbólica que pode trazer duas opções, desistir ou voltar a viver com mais vontade e esperança em um novo momento. Algumas mortes da natureza podem ilustras bem esses momentos, a semente precisa morrer para poder germinar e dar origem a uma vida nova e abundante, a lagarta passa por um tipo de morte na metamorfose, não mais haverá uma lagarta agora surge uma linda e frondosa borboleta deixando a terra e ganhando em troca os céus. Liberta para ser bela e voar por onde desejar.
Ganhar asas não é tarefa simples, especialmente depois de viver uma faze que nos tirou a vontade de seguir em frente. Chegamos ao nosso limite e agora é hora de recomeçar, juntando o que restou e aprendendo a voar mais alto. Crer que o melhor está por vir e levantar-se uma vez mais seguindo um novo rumo.
Mudar.... Deixando para trás toda mágoa e melancolia que possa sentir pelos duros momentos vividos. Esquecer é impossível, eu sei... Mas lembrar sem dor um dia acaba por acontecer, e nesse dia será possível entender o que precisa ser entendido para possibilitar a metamorfose para uma nova vida. O sofrimento pode te capacitar a ganhar asas. Mas para isso será necessário acreditar em si, enxergar o potencial de uma nova escolha, voltar a sonhar e seguir em frente determinada a encontrar o que busca. Entender que a felicidade não está em alguém, nem em alguma coisa, está em você mesma e começa com aceitar-se e amar-se.
Viver um dia de cada vez não é tarefa fácil, mas em um recomeço é necessário, para que hajam forças para chegar ao final da jornada. Um dia, 24 horas, não parece um sacrifício muito grande e será possível nesse pequeno espaço de tempo juntar forças para fomentar os novos sonhos. E assim dia apos dia você vai ficando mais forte e determinada a sonhar novamente. Vez ou outra o dia não será dos melhores, o importante é não desistir e acreditar que no próximo será mais fácil e a alegria te acompanhará. Depois de dias, vividos um de cada vez, acontece a mudança. Quantos dias isso leva? Muitos ou poucos? Não é possível saber de antemão só se ganha a batalha quando chegamos ao final dela. O importante é saber que haverá um final cedo ou tarde... Tenha sempre bons olhos, confie!


“Olhos Bons - Silvestre Kuhlmann

A felicidade consiste em poder notar
O belo que se ergue ao redor do meu olhar
E em ter a meninice na crendice que tudo existe
Pra me alegrar, pra me alegrar

Usufruir sem ter, amar sem dominar
Mostrar poder só pra proteger, guardar, cuidar
Dividir abrigo com o amigo, o pão com o companheiro
Andar com Jesus, melhor lugar

Copiar o gesto divino
Criar em meio ao caos
Ver-me junto ao pó, prostrado
Ser depois por Ele levantado

Caminhar sem saber
Onde o vento vai levar
Caminhar sem saber
Onde o vento vai levar
Confiar... “

Paciência - Lenine


"Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

A vida não pára...


Enquanto o tempo

Acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora

Vou na valsa

A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo

Espera a cura do mal

E a loucura finge

Que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando

Cada vez mais veloz

A gente espera do mundo

E o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo

Que lhe falta prá perceber?

Será que temos esse tempo

Prá perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara...

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Mesmo quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não pára

A vida não pára não...

Será que é tempo

Que lhe falta prá perceber?

Será que temos esse tempo

Prá perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara...

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não pára

A vida não pára não...
A vida não pára..."

Lenine

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quanto custa um amigo?

Healing hands

Foto de Melu Rogi

Amizade é provavelmente o tesouro mais precioso que podemos cultivar. Difícil imaginar a vida sem um amigo que seja...
Em geral a amizade nasce de uma ligação entre pessoas que compartilham interesses, idéias , pesares ou objetivos em comum. O conviver com o chamado amigo é capaz de produzir as mudanças que nos tornam pessoas melhores. O que o outro vê em nós e o que nós mesmos somos capazes de ver é em geral muito diferente, e sem a presença do nosso amigo, estaríamos muito provavelmente condenados a nunca crescer, difícil entender sozinho o que precisa ser moldado...
A amizade permite uma individualidade alem da comunhão, os amigos aproximam-se pelo que tem em comum, mas a amizade não exige que haja uma mudança na essência de cada um, aceitar a cada um com todos os defeitos e manias faz parte do pacote.
Interessante perceber que conviver, conversar, chorar e rir juntos, acaba por transformar nossa existência. Encontrar alguém tão estranho como nós mesmos dá um alivio à alma, não estamos sozinhos no mundo! Existem seres semelhantes, por mais complexo que isso possa parecer.
A convivência no entanto, não é nada simples, por mais que tenhamos interesses em comum, temos nossos defeitos, nossa personalidade, nosso humor oscilante. E tudo isso junto torna complicado caminhar juntos. Aprender a conviver é também algo que precisa ser trabalhando enquanto caminhamos com nosso grupo de amigos. O amigo provavelmente será o primeiro a falar a verdade , aquela verdade que te confronta...
Já encontrou algum amigo que não vê a tempos? Não faz muita diferença a quanto tempo não se vêem, o quanto a vida de cada um mudou,parece que o tempo volta e a afinidade continua a mesma de quando falavam-se todos os dias. E aí é sempre igual, vem a promessa de manter contato com mais frequência, de ligar, escrever, combinar encontros.... E de novo tudo volta ao mesmo ponto e só no próximo casamento, aniversário ou o que seja de algum amigo em comum voltarão a encontrar-se... Isso não diminui os laços de amizade, apenas a distancia ou a vida tão atribulada de cada um impede que as promessas sejam cumpridas, e ambos entendem que não são menos amigos hoje do que antes.
Vez ou outra, surgem amigos de maneira inesperada, em situações inusitadas, mas que acabam por dar-nos o suporte e acolhida de que precisamos naquele momento, e depois disso o laço só fortalece e você ganhou mais um amigo, alguém que sempre será relevante em sua vida independente de que o convívio diminua com o passar do tempo ou com novos rumos que a vida possa tomar. Afinal de contas vocês compartilham a mesma verdade e isso não desvanece.
Como relatou Vinicius de Morais no seu Soneto do amigo:



“Enfim, depois de tanto erro passado

Tantas retaliações, tanto perigo 

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado.



É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo

Sempre comigo um pouco atribulado 

E como sempre singular comigo.



Um bicho igual a mim, simples e humano 

Sabendo se mover e comover

E a disfarçar com o meu próprio engano.



O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer

E o espelho de minha alma multiplica...”

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fênix - Flávio Venturini / Jorge Vercilo


"Eu!

Prisioneiro meu

Descobri no brêu

Uma constelação...

Céus!

Conheci os céus

Pelos olhos seus

Véu de contemplação...

Deus!

Condenado eu fui

A forjar o amor

No aço do rancor

E a transpor as leis

Mesquinhas dos mortais...

Vou!

Entre a redenção

E o esplendor

De por você viver...

Sim!

Quis sair de mim

Esquecer quem sou

E respirar por ti

E assim transpor as leis

Mesquinhas dos mortais...

Agoniza virgem Fênix

O amor!

Entre cinzas arco-íris

Esplendor!

Por viver às juras

De satisfazer o ego mortal...

Coisa pequenina

Centelha divina

Renasceu das cinzas

Onde foi ruína

Pássaro ferido

Hoje é paraíso...

Luz da minha vida

Pedra de alquimia

Tudo o que eu queria

Renascer das cinzas...

E eu!

Quando o frio vem

Nos aquecer o coração

Quando a noite faz nascer

A luz da escuridão

E a dor revela a mais

Esplêndida emoção...

O amor!

Quando o frio vem

Nos aquecer o coração

Quando a noite faz nascer

A luz da escuridão

E a dor revela a mais

Esplêndida emoção...

Quando o frio vem

Nos aquecer o coração

Quando a noite faz nascer

A luz da escuridão

E a dor revela a mais

Esplêndida emoção

O amor!..."

Flávio Venturini / Jorge Vercilo

Stunning

(Foto de Cintia Scola)

Usando de “licença poética” darei um sentido próprio para a palavra da língua Inglesa “Stunning”. Não que me faltem palavras em português mas, apenas pelo fato de ser essa a palavra que me veio a mente no caminho pra casa, enquanto refletia...
Sempre volto pra casa ouvindo radio, e vez ou outra surge uma musica indesejada, sabe aquela musica que te traz à mente o que você vem tentando esquecer a tempos? Pois é, por mais antiga que ela seja do nada surge na programação atualíssima da estação de rádio. Impressionante, depois dela começar a tocar via de regra te faltam forças pra mudar de estação e não ouvir. E daí pra frente vem aquele turbilhão de lembranças que te faz sair do eixo. Haja energia...
O interessante é que em algumas raras vezes, essa situação que em geral te deixaria triste ou pelo menos melancólico pelo resto da noite, te traz fôlego novo. Nem sempre isso funciona, mas vamos focar naquele momento em que isso valeu, que te deu um fôlego novo pra caminhada, e mais ainda fez com que você sentisse-se stunning , aqui uso essa palavra como um estado de espírito, quando nos sentimos muito bem, ou melhor esplendidamente bem. Nada pode te abalar, nenhum sinal de baixa estima, de falta de esperança no futuro, de desacreditar nos sonhos. Tudo ao seu redor torna-se perfeito, por um passe de mágica. E tudo isso começou por causa daquela musica que te lembra o que precisa ser esquecido.
Tudo bem isso ressalta a inconstância muitas vezes habitual na alma humana, como já registrou Davi nos salmos. Mas vamos seguindo, tudo isso fez com que o telefonema que te acordou na madrugada, a mudança do itinerário que agora te faz perder uma hora a mais no seus dia, o desgaste do dia de trabalho, o stress do que não foi possível ser resolvido, a noite que você adormeceu chorando, aqueles planos que você deixou de lado pela falta de esperança no futuro... Faz tudo isso ficar tão distante e pequeno, e surge uma radiante alegria de viver. Agora tudo parece alegre e divertido. Do nada mudou a perspectiva, e de novo, tudo devido a algo que deveria te entristecer.
Seria bom se sempre fosse possível ver o lado bom do que acontece, aproveitar cada acontecimento para reunir forçar para a caminhada. Viver um dia de cada vez, mas com um entendimento mais positivo de tudo que se passa, afinal de contas tudo tem um lado melhorzinho pra ser visto. Difícil é manter o foco nesse lado e deixar para depois ou se possível para nunca, o lado que nos deixa pra baixo, de certa forma infelizes e sem sonhos.
Como diria Fernando Pessoa “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”
Assim deveríamos ser... Se não sempre, pelo menos boa parte de nosso tempo. E nunca, jamais deixar morrer nossos sonhos, eles calibram o eixo rumo ao futuro e trazem de volta as estrelas e o luar pras negras noites de caminhada.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Formosura de Cristo



(foto de Pablo Moreira Costa)






Escrevi esse texto em 17/07/2007 e em 07/11/2008 ele foi musicado pelo Bruno Albuquerque. Estava perdido nos meus arquivos resolvi publicar no blog..



Formosura de Cristo

Conhecer Teu amor
Só então perceber
Que das tristes cores do viver
Quão doce luz pode surgir

Conhecer Teu amor
Só então vou saber
Que tudo podes mudar
Da escura noite a poesia virá

Conhecer meu coração enfim
A formosura de Cristo
Revelada a mim
Tão pobre pecador

Anseio sempre agora
Por vida santa viver
Ao mestre sempre honrar
E que em mim
O possam sempre reconhecer

Canta Assim Mesmo - Stênio Marcius

(Uirapuru - Foto de J. Augusto)

"Se não tem quem ouça, canta assim mesmo

Pássaro sozinho lá na floresta
Canta e vai tentando assim afastar os males do seu peito
Fazer o seu dia um pouco melhor

Sei que é triste, às vezes, cantar sozinho
Quando o que se quer é gritar ao mundo
Gratidão que traz no peito a sina dessa melodia
Louvação a Deus, o seu criador


Canta que o vento sopra mais leve
Que as folhas brilham mais verdes
Que o rio corre mais sábio
Canta que um anjo abre um sorriso
E o céu azul, comovido,
Se esconde em nuvens e faz chover


Canta, que embora breve esse canto
Que teu ar é curto e ligeiro, mas o sentimento infinito
Canta que teu Deus escuta sereno e ao cantador, tão pequeno,
Se revelam muitas grandezas


Se não tem quem ouça, canta assim mesmo
Cada um tem seu trabalho e missão
Canta cada vez mais lindo, até o último suspiro
Doce é morrer de tanto cantar"

Stênio Marcius