quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Thanksgiving

(foto por *jdarby*)


Hoje comemora-se o dia de Ação de Graças, nos Estado Unidos é a festa mais importante, reúnem a família para comer juntos e ter um tempo de gratidão. Na sequência vem o famoso Black Friday, coroando a festa da gratidão com o consumismo que é a marca dos tempos modernos.

No Brasil a data é comemorada mais pelas igrejas Cristãs reformadas de origem mais histórica, para o restante dos brasileiros fica a espera pela tão sonhada Black Friday, que tornou-se tradição no Brasil mas em geral os grandes descontos são puramente imaginários, pelo menos tem sido assim ao longo dos anos.

Mas voltando a festa da gratidão, o ano de 2015 foi um ano particularmente duro para a maior parte do povo Brasileiro, economia complicada, aumento do desemprego, escândalos cada vez maiores e piores na política, violência crescendo, desastres naturais que destruíram cidades, fechamento de escolas. E somando-se a tudo isso as dores e dificuldades vividas por cada família, por cada pessoa.

Frente a tudo isso, fica a pergunta, qual o motivo da Gratidão? Em tempos mais que difíceis ainda existe motivo para ser grato?

O Thanksgiving surgiu historicamente como agradecimento pela boa colheita, e pelo que pude entender ao longo da história a tradição seguiu mesmo em tempos de uma colheita não tão farta. O que nos traz a 2015, ano bem sofrido.

Sou grata, por tudo que tenho... O dom da vida, acordar todos os dias e poder seguir em frente. Pela família onde nasci, nem sempre tudo vai bem na família, ela nem sempre é tão estruturada quando poderíamos sonhar, mas continua sendo o lugar no qual Deus por alguma razão quis que tivéssemos laços de sangue.

Sou grata pela família que Deus me permitiu formar, hoje eu e meu marido, um dia com a graça de Deus seremos nós, nossos filhos, netos...

Sou grata pelos amigos e irmãos que encontrei ao longo do caminho, que muitas vezes me ajudaram e a quem muitas vezes tive o privilégio de ser benção e instrumento de Deus em suas vidas.

Sou grata por todas as vezes que pessoas de perto e de longe me estenderam a mão em auxílio e pelas muitas outras que pude estender a minha mão.

Sou grata por ter escutado a quem precisava em vários momentos, sou grata por ter tido a oportunidade de compartilhar momentos de alegria e tristeza com pessoas muito próximas e com outras nem tão próximas.

Sou grata por receber mais do que preciso e assim poder repartir com quem precisa.

Sou grata por ser usada por Deus seja em qualquer proporção ou situação.

E o mais importante sou grata a Deus pela Salvação em Cristo Jesus, que é a razão maior. Ele pagou na cruz com sangue precioso o preço pelo meu pecado.

Hino de gratidão
“Graças te dou por tudo que me deste,
Primeiro a Salvação em meu Jesus.
Graças te dou por tudo que fizeste
Por este pecador salvo na cruz!

Graças, graças, mil graças
A ti, meu Salvador!
Graças, graças, mil graças
Por teu precioso amor!

Eu te agradeço a bênção do trabalho
E do meu lar, que alegra o meu viver;
A correção paterna, quando falho,
Provando teu amor pelo meu ser.

Eu te agradeço o pão de cada dia,
A água que alivia a sede dura
E o sol que aquece a pobre gente fria:
São bênçãos que enchem a terra de fartura.

Eu te agradeço, ó Pai, os meus amigos,
E os inimigos também te agradeço.
E outras bênçãos que eu não mereço.
Sou grato por vitórias em perigos”

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Natal de Paz

(Foto de Bart)

Estamos nos aproximando do período de festividades de final de ano, e fiquei lembrando de como sempre gostei dessa época do ano, mesmo quando ela não foi tão feliz e festiva para mim.

Quando eu era criança ficava o ano todo esperando chegar o Natal, ano novo não tinha tanta importância naquele tempo, pelo menos para mim. Lembro da festa na casa do meu avô, sempre muita gente, casa cheia, comida, bebida, presentes. Eu sentia-me parte de algo realmente especial, o resto do ano era sempre tão solitário e diferente. Na casa dos meus pais nunca houve uma tradição de sentar-se à mesa juntos durante as refeições, muito menos de compartilhar o que se vivia ou os sonhos, para mim faltava sempre o sentimento de família que eu estava habituada a ver nos filmes. Mas no Natal, não, no Natal na casa antiga em frente à praça da igreja, nesse dia, a casa do meu avô cheia, era tudo que eu sempre sonhei como encontro de família. Desde muito pequena ficava muito animada esperando esse momento.

O tempo passou, meu avô se foi, depois minha avó, e o Natal nunca mais foi o mesmo. Tentei de alguma forma iniciar uma tradição na casa dos meus pais, consegui estabelecer um almoço no dia 25, todo ano acontece, cada ano com uma parte diferente da família, nunca se reuniram nem todos os meus irmãos ao mesmo tempo, isso por diversas razões, falta de interesse, desentendimentos, brigas, distanciamento, confusões da vida.... Nunca mais tive um Natal em família, como os da casa de meu avô.

Fiquei pensando, que muitas pessoas por várias razões, não tem ao menos uma boa lembrança, nunca tiveram uma família estruturada nem que seja no Natal. Vivem cercadas de problemas, de solidão, de miséria seja de recursos ou de alma, vivem em um mundo onde as luzes, os cânticos e os presentes de Natal nunca de fato existiram. São lendas, o bom velhinho nunca se deu ao trabalho de deixar o presente embaixo da árvore ou embaixo da cama. Ele também não passa de uma lenda que visita não as crianças boazinhas que se comportaram, mas as ricas ou as que os pais se esforçam muito para poder dar vida ao sonho de criança da noite de Natal, esse sim vão receber o presente do bom velhinho.

Nessa época do ano, aflora sentimento de solidariedade, mas também em algumas pessoas a certeza da solidão e do descaso vividos. Não falo apenas das pessoas abandonadas nas ruas, nos asilos, além dessas existem as abandonadas dentro do próprio lar, onde deveriam ser protegidos e amados, vivem em situação de abandono, violência, descaso, desamor...
O ser humano esqueceu-se de um dos mandamentos mais antigos, amar ao próximo. O mundo tornou-se um lugar frio, sem paz, as tragédias da vida são apenas mais uma notícia nos jornais. Mata-se por um telefone celular, a vida nunca foi tão sem valor. Os ricos cada vez mais ricos os pobres cada vez mais esquecidos.

Que nesse Natal, possa haver uma vez mais o renascer do sentimento de amor ao próximo, que possamos sentir a dor do próximo e isso nos mova para estender a mão a quem precisa, seja quem está no quarto ao lado, na casa ao lado, na cidade ao lado, embaixo da ponte mais próxima, no meio da tragédia de Mariana, nos ataques a Paris, nos massacres na África, ou nos bombardeios aos países Islâmicos. Paz na terra, paz em nosso lar, paz em nosso coração.

Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz…
…Imagine todas as pessoas
Partilhando todo o mundo” John Lennon